Já tive medo de mudar de casa, de cidade, mas depois de mais de 20 mudanças acho graça.
Já tive medo de ter filho, medo se seria capaz de tê-los, de criá-los, mas depois de três filhas, sendo duas gêmeas e algumas gravidezes que não foram em frente, suporto qualquer dor física, enfrento o que vier pela frente.
Já tive medo de morrer, de deixar minhas filhas sem mãe, de ter uma doença incurável, de ir embora de repente, mas ninguém é eterno e criamos os filhos para o mundo.
Já tive medo de envelhecer sozinha e esse medo me fez fazer péssimas escolhas. Já vi casais se maltratando como já o fui. Já vi e sofri muita solidão a dois.
O medo que paralisa é o mesmo que nos empurra para frente. Quando resolvemos encará-lo, enfrentá-lo, ele parece fazer dissipar os receios.
Agora medo mesmo é o de lidar com o ser humano mentiroso, desonesto, corrupto, sem escrúpulos, traidor, desleal e toda a sorte de problemas de caráter muitas vezes camuflados em peles de cordeiro. Este medo é deveras impossível de se dissipar.
Gostei muito, querida Daniela!
Daniela, ótimos textos, parabéns! Como neurocientista, posso te dizer que o medo (um sentimento e uma emoção) é parte do nosso arsenal de defesa contra o dano. Sem o medo, seríamos incapazes de evitar coisas, pessoas e situações perigosas. Portanto, ele é benéfico, as poucas pessoas sem medo vivem pouco tempo… O que é ruim é o medo crônico, a angústia (angst, em alemão, o medo do futuro), a ansiedade (o medo sem causa aparente), pois causam alterações no cérebro e no corpo, podendo levar à doença (estresse).
Obrigada Prof. Excelente definição sobre o medo. Abs