Ler hoje o editorial do Estadão “Sempre a corrupção” é constatar a política generalizada no Brasil do desperdício do dinheiro do contribuinte.
http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,sempre-a-corrupcao-,1112741,0.htm
No caso aborda-se o fornecimento de tratores e outros equipamentos para recapeamento de estradas para pequenos municípios, sempre entregues com um grande estardalhaço e ampla cobertura da imprensa, dentro do chamado PAC2. Esquecem-se propositadamente, entretanto, de fornecer os mecanismos e verbas para a devida manutenção dispendiosa de tais máquinas, o que resulta em sucateamento, mesmo que tais equipamentos não tenham sido sequer utilizados. Pior, há casos de prefeitos que os utilizaram para as fazendas próprias, reforma de posto de gasolina particular etc.
Este caso faz lembrar o fornecimento de Laptops às escolas públicas, dentro do chamado UCA (Um Computador por Aluno). Na maioria dos casos tais máquinas não têm como ser carregadas por falta de simples tomadas adaptadas ao modelo-padrão adotado pelo Brasil, como não tem conexão de banda larga suficiente e distribuída pela escola. O programa também enfrenta dificuldades em conectar o conteúdo às estratégias pedagógicas. O resultado são máquinas igualmente sucateadas em pouco tempo.
Desde a época do Panem et circenses do império romano, no Brasil parece persistir, como meio de permanência no poder e perpetuação do uso da máquina pública em benefício próprio, a política de investir no que aparece, enquanto se esconde o que há de podre.
Esperamos que em 2014 as urnas possam ir aos poucos mudando este cenário.