Educação em debate no pós-carnaval

Esta semana dois artigos interessantes propuseram o debate sobre questões atuais da educação brasileira. O primeiro publicado por Luiz Guilherme Piva em Tendências/debates da Folha de SP na quarta, dia 13, onde aponta duas questões, a primeira em torno da progressão continuada no âmbito do ensino básico e, a segunda, a proliferação de instituições de ensino superior de qualidade duvidosa http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/93552-educacao-tambem-como-melhoria-social.shtml.

Na opinião de Piva, mesmo sujeitas a críticas, as duas iniciativas colaboram com a melhora da realidade social. Sem dúvida,  o caminho para a construção de uma base sólida de crescimento do país passa necessariamente e primordialmente pela educação. Os programas sociais devem necessariamente ser atrelados ao compromisso dos cidadãos para que seus filhos frequentem a escola desde a mais tenra idade até, idealmente, o ensino superior e ainda que estes filhos, quando inseridos no mercado de trabalho, dediquem-se a educação continuada ao longo da vida.

Para entender o que significa a progressão continuada, vale a pena ler o artigo de Daniel Bergamasco na Veja São Paulo de hoje “A bomba está voltando”. Nele entende-se a intenção inicial de tal sistema, que previa avaliar o aluno em um período mais longo que um ano. A reprovação acontece no 5o ou 9o anos. O que não se previu foram algumas consequências ruins deste sistema, como a desmotivação por parte dos alunos mais dedicados e a formação precária da maioria deles, causando péssimas avaliações nos exames de ensino e muita deficiência no desempenho do aluno. Haja visto os resultados dos exames de português e matemática mais recentes. O novo Secretário da Educação do município Cesar Callegari pretende rever este sistema, incluindo a avaliação também no 3o ano, além de outras medidas de suporte a esta. Melhorias são sempre bem-vindas.

Em relação ao ensino superior, um longo caminho ainda tem que ser percorrido. O crescimento majoritário das instituições deu-se pela iniciativa privada. Se, por um lado, temos uma grande massa de pessoas ingressando neste ensino, devido ao crescimento da classe média, de outro, há ainda muita evasão, cursos precários e formados sem uma bagagem adequada. Como exemplo dos perigos de tal expansão desordenada estão os cursos de medicina, cujas faculdades precisam de hospitais para cumprir grande parte do currículo. Neste sentido, há alguns anos, a Associação Médica Brasileira, promoveu um debate intitulado “O futuro das escolas médicas no Brasil”.

Debater é preciso, apontar caminhos também e no campo da ação que cada um faça a sua parte, principalmente os governantes eleitos pelo povo.

Publicado por daniman66

Conselheira de Administração pelo IBGC com formação em engenharia Mecânica Aeronáutica e Mestre em Educação, além de especialista em gestão empresarial, planejamento estratégico e marketing interativo. Sustainability Management pela University of Cambridge. Climate Reality Leader (The Climate Reality Project, fundação do Ex-presidente Al Gore). ESG advocate. GRI Certified Training Center (Bridge3). Nos últimos 20 anos atuou como Vice-Presidente executiva e sócia na Manole Conteúdo. Diretora da Associação Brasileira de Direitos Reprográficos (ABDR), Membro do conselho curador da Fundação Sociedade Brasileira de Pediatria (FSBP), Membro dos comitês: Empresas Familiares do IBGC, Meio Ambiente e Energia e de Propriedade Intelectual do ICC (Bridge3). Membro do WCD, Membro do GRI, Membro do IBGC, Membro do ICC (Bridge3).

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