Difícil entender como neste país os decretos do planalto mudam de uma hora para outra setores inteiros da economia, que antes adaptaram-se às próprias legislações vigentes. Desde 2008 quando a reforma ortográfica foi aprovada com data-limite para ser implementada, diversos setores adaptaram-se às mudanças, como as editoras de jornais, revistas, livros e outros. Hoje tornou-se corrente até mesmo escrever no dia a dia utilizando as novas regras. Como justificar este retrocesso? Como sempre o Brasil se curva à política de interesses.
Quando Arnaldo Niskier escreveu o artigo “Somos um país serio?” recentemente na Folha de SP, sendo ele membro da Academia Brasileira de Letras, entidade soberana na definição da grafia do nosso português, podemos entender o ultraje imposto aos acadêmicos e aos profissionais com esta nova decisão política (http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/88474-somos-um-pais-serio.shtml).
Mais uma vez adiamos nossa entrada no primeiro mundo, pois esta unificação da língua portuguesa significaria maiores chances de um assento permanente na ONU, tendo o português um status de língua única em diversos países.
Como o mercado reagirá? Será que as editoras voltarão atrás até uma nova decisão? Acredito que as mudanças já foram incorporadas no uso da língua corrente e não será um decreto despropositado que irá reverter a regra vigente.